quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Na língua dos insetos não há a palavra Eu.


O vazio me visitou com sua mão fria e calma, espremendo-me na parede olhava nos meus olhos sombrios e sem gestos, ele queria respostas enquanto eu apenas olhava para sua face de arrependimento. Ele falou para ter calma e eu retruquei que tava tudo bem, aliás, pensamentos vazios não fazem canções de bom dia. Do que tinha assimilado apenas ficou o peso e o vazio, ficou o cansaço, mas não o preenchimento.
Uma pergunta pode destruir muita coisa, uma pergunta destrói para construir outra por cima. Quem pergunta fica à espera de ouvir e quem pergunta está sozinho e quer ouvir. Eu quero saber, mas não importa se vai custar, quero renascer, mas não quero morrer por isso e saber que posso morrer disso. Custa muito deixar os hábitos, mas não quero viver de repetições constantemente cada passo nestes círculos é um badalar ensurdecedor aumentando de volume numa velocidade incrível e não sei quando vou me desligar.
Continuo à procura e continuo a não perceber a maior parte das coisas, melhor é deixar isto ser o que é, vou deixar isto ser o que não se sabe. Mas aqui é bom, aqui estou bem ficar por uns tempos e quando sair vai ser tudo diferente. Há coisas que dão muito trabalho e exige esforço, só aprendemos com as coisas difíceis. Dar é fácil, difícil é receber, é preciso ter espaço de sobra assim recebendo é ser também o outro é deixar o outro entre nós.

Vou me transformar em outro que não sei quem é, mas vou saber que sou eu.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Lost!


Você toda radiante com o sol que a banhava com toques de blues. Você de atitude forte, mas de corpo tão fraca nos deixou na mão sem explicações ou caminhos que pudesse chegar, as pessoas devem achar que era aquele o tal problema e sabemos que não era esse o ponto. Como os ensinamentos de cabala, temos algo em potencial assim que chegamos ao mundo e não foi diferente com você. Bom se todos vissem as verdades por ai e entendesse um pouco dessa turbulência toda, não que seja a resposta e sim apenas um ponto inicial.

O amor que tinha por você não era grandioso, gosto de representar por gestos sigilosos e de poucos risos. Agora tenho receio de ouvir sua voz novamente, acho que preciso dar um tempo para muitas coisas, começando por músicas. O som da guitarra afinou, a voz engrossou, o bumbo quebrou e o baixo se tornou alto o bastante. Não quero dizer que tudo está acabado, já vimos novelas assim e precisamos retomar o que tinha de ser feito e levantar a cabeça... Mas já chega falar de você, preciso voltar a falar com a minha mente e resolver meus dilemas e dramas. Não fui excêntrico apenas quero minha privacidade dentro de mim.

Fragmentos de mim em luz. Sentimentos imagéticos, num espelho de alma. Sorrisos de papel em rasgos de contraste, o poder de representar o ser: Luz, cor, sonho, dor, arte, paixão. Numa paleta de emoções diferentes, espraiar a poesia de um momento; como num raio X. Afinal o que sou? Sou apenas uma consciente de humor delirante. Que pensa em escrever, mas que no fundo sequer se lê, sou alguém feliz com algo que nem sabe o que diz. Encontrando palavras de companhias imaginadas, sonhos desejados e amores relegados.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Reckless Serenade

  Hoje foi tudo pro ralo reciclado. Lembranças, saudades e conforto foram parar no sistema, preciso que tudo se misture e me der uma batida, bem coalhada, nova. Música nova, ar novo, um romance diferente e de um cachorro menos briguento. Quero dar asas, motivos e razões de que tudo precisa melhorar.

Apaixonada pela vida e traída pelos sentimentos senti uma vontade súbita de autodenominar um ser de cara limpa e sem nenhum arranhão do passado injusto e sujo. Ultimamente tudo tem sido difícil, mas quero continuar minha rotina sei que estou aqui pra brigar pelo o que é meu por direito e não quero desperdiçá-la mesmo que isso me submeta ir contra minhas vontades e ideologias. Apenas não quero mais entrar num colapso de lapsos morais, já não é mais meu tempo, tudo se renova como um banho de chuva.

Nem tudo irá pro lixo, velhos hábitos nunca morrem mesmo. Mas irá fazer de mim uma pessoa mais cautela, menos livro aberto e sempre com idéias inércias para que todos não façam de mim o centro de suas desculpas e holofote de suas vontades. Quero deixar tudo do jeito que tá, mas de um jeito mais arrumado e com cheiro de jasmim. Mais um dia se passa e o sol se põe, carros buzinam. Aqui me vou, ainda não sabendo exatamente onde ou o lugar, mas algo é certo sempre tentarei renovar meus dias a cada dia, a cada palavra, a cada jeito ou sorriso falso dado.

domingo, 3 de julho de 2011

Letra A.


 Dou a ti, meu amor, todo o romantismo que embala esse mundão sem freio. Andei muito para está aqui e de cara vejo sua face já mostrando o caminho para ser traçado, olhos claros, mãos delicadas e voz suave, você sussurrava em meu ouvido dizendo nossos planos e futuros. Era fantástico e esplêndido como nos falávamos, olhávamos etc.. O tempo ao nosso favor só fazia as coisas melhorar, mas ainda tenho muito que dizer e fazer das palavras ditas um papel de selo real com nosso sangue emblemado de acordo eterno.
Temos tempo pelo pouco tempo que nos é dado. Paciência sempre teve, mesmo vendo que aquilo era o que queríamos, e pra quê pressa se planejo passar meus 200 anos como prometido? E a mentira? Essa necessidade não me tem mais. Viagens, filmes e cama são o que mais quero fazer ao seu lado, dormi ao seu lado abraçado no frio, acordar e ver que você tomou todo o espaço da cama e com toda essa mordomia por que não te levar café na cama da próxima vez? Aquele suco que você não tomava fazia tempos e com todas aquelas bolachas que você comia quando era criança e não achava mais onde se vendia, e são esses tipos de sacrifícios que quero ter por nossa jornada.
E desses noves meses aprendi... Aprendi muita coisa. Como já disse, e agora deixo publicamente escrito a todos que vêem você é o meu holofote e ninguém vai tirar o seu lugar que é preenchido de muito amor. Enfim, meu presente está aqui e foi algo novo e inovador talvez, o quanto amo você é imenso. A cada olhada vejo uma mulher de valor, uma menina de unhas coloridas, uma adolescente de músicas radiantes, essa é você. “Minha letra ‘A’ de mil histórias, fazendo a minha história, me ajudando a escrever, a imaginar, a sonhar, a inventar um nome, um lugar, um ali ou um agora, sem pensar no sempre de todos os nuncas.“

sexta-feira, 6 de maio de 2011

You Don't Know My Mind


O sol raiou, prédios me rodeiam e cazuza ao fundo faz um cenário de descanso. Café, livros e pensamentos tudo jogado em cima de uma mesa amontoados como uma biblioteca. Está longe de casa dar uma sensação de onipotência, o céu não é tão azul ao acostumado que vejo, as estrelas desaparecem entre os arranha-céus fazendo dele apenas um componente atrás do palco.

Complicado é achar que tudo será complicado ou incomplexo. Tempo, modo e circunstância são complicados, querer é opcional. Se os telefones parassem de tocar talvez resolvessem todos os problemas e causas sem sentido. O ato de pensar traz um leve abrir de boca e dar no pé daqui seria uma grande idéia, deixando para trás trabalhos, prédios e céu não azul.

Pensamento longe dar asas, mas não coragem. Num cubículo de 4x4 apenas som de chuva, buzinas e jazz. A mudança repentina de música faz voar longe, querer ir mais além, ser um pouco mais do seu ser, pular sempre um degrau a mais. O sol das onze começou, com seu charme e brilho tocando todos sem eles perceberem e isso é fantástico vendo de cima. Enfim, é isso. Dias tem que passar e apenas emendamos em seu relógio invisível, não me rendo até outro dia chegar e a saudade de minha casa bater. A hora chegou, o tempo terminou e a música não pode parar.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Today

 
Hoje não tem café, chuva, TV ou gibi. Hoje não precisa de nada, apenas de lembranças, mesmo que seja insignificante, mas continua sendo lembrança. Hoje a lua não aparece e não deu noticia se iria chover, com elas as estrelas tomaram seu sono mais cedo e deixaram com que o céu ficasse iluminado apenas no dia de amanhã.

 O jornal não irá aparecer amanhã, o cachorro não correrá atrás dele de costume, eu não acordarei com o seu latido e minha mulher não fará as torradas. Não chegarei a tempo no trabalho, serei mandado de volta para casa e passarei o dia vendo o jardim do vizinho. Tudo por culpa de hoje, que prevejo o amanhã sem medo, que arrisco uma noite de abstinência e faço com que me castiguem no dia seguinte sem dó e piedade.
Ainda não estou cansado dela, com tédio talvez, nunca se sabe quando ela bate a sua porta ela simplesmente arromba sua porta abaixo e a faz de refém.

Enfim, a tinta da caneta acabou o bloco já deu, minhas mãos estão vermelhas e minha face está atordoada. Irei me deitar, o amanhã sempre me reserva coisas boas, quem sabe ela não se entrela ao seu e faz com que meu amanhã se torne o seu e assim sucessivamente.