domingo, 15 de agosto de 2010

Something in the way


Chegou ao fim? Não sei. Apenas cansei do corpo que pedi emprestado, me atrasei na hora da felicidade e entreguei-me ao luxo da monotonia. Abra os braços, não será tão difícil sentir o vento pela ultima vez, certo? Não faz o mínimo sentido isso, pra você, para aquela adolescente com sua galera ou aquela senhora que está dirigindo um carro importado e fala ao celular.

Ainda tenho comigo a corrente do sentimento, de algum romance esquecido no baú, mas sinto que isso enfraquece a cada dia. A cada dia esse mundo perde um pouco de seu próprio mundo, o sonho foi desfeito e diluído em lamentações em prantos. Em breve, estarei no meu novo mundo idealizado, você já imaginou um mundo em que tiveres cores que nunca vira na vida e que luas enchem o céu como se fossem estrelas capazes de tocá-las. Não tenho o que dizer para você, um abraço longo, um beijo que pudesse parar o mundo por dois minutos ou apenas um adeus não seria o suficiente para conter todo o amor que sentimos. Deixo essa carta como um aviso prévio, você entende quando não se dá mais, todas as noites não serão esquecidas, todas as mensagens trocadas pelas madrugadas ou aquelas vistas de estrelas e procurando uma sempre vaga para colocar um nome desconhecido por nós mesmo.

Não se esqueça da estrela Dolly, aquela que batizei como nossa filha estelar. Esses tempos são dourados, não chore quando olhar em seus olhos, ria com toda sua força. Isso não será esquecido ou apagado como foi nas revistas e jornais. Essa carta não deixa legado, historia ou mito apenas meu nome em algo no caminho já trilhado por tantos.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Você

Você me renasce todos os dias, me faz sentir único em um mundo paralelo e com cores da aurora. Aprendi que um dia terei de deixá-la ir, não posso lhe aprisionar em meu copo de vidro e guardar para sempre, um dia você terá a vontade de sentir a liberdade, o som da natureza, o canto dos pássaros e o novo mundo que lhe aguarda. É difícil, não posso mentir, minhas vontades me tomam, meus princípios mudam e sei que não serei eu subtendo a uma pergunta: Quem será eu então?

Seu jeito, não sendo único, mas diferenciado me atrai como aquele pássaro que sempre busca o pôr-do-sol. Agora sim, imagino como é se acostumar com o sol, não tomar café sempre as 06h30min da manhã num terminal qualquer ou não ser acordado pelo seu cão assim que lhe abrem a porta. Todos esses costumes tiveram de dar tempo, descansaram com o meu tempo, se limitaram há dar um tempo a mais para mim. Estou cercado, minhas explicações já não lhe satisfazem e tudo que você diz é: É preciso parar, se perguntar, refletir, decidir e seguir. Talvez seja mesmo à hora de parar e perguntar se é o momento, de refletir e decidir sobre o incerto resultando em um rumo.

Você com seu humor anti-social, com as teses de que o mundo é dominado por ET’S, e de pensar que um dia irá conhecer outra galáxia me deixam perplexo com uma crise de leitura e vagação por ruas inabitáveis. Mais não sigo os seus passos, não mais, sua estrada está feita o som da sua voz será sua passagem de ida, mil acasos podem acontecer, imprevistos e armadilhas estão armadas no solo e com certeza não vou poder lhe sacudir. Ficarei nesse mundo, alias sendo nosso, esperando pela sua volta, por sua decisão final ou o que seja na hora de pensar. Andarei, pensarei, lamentarei, mas sempre com a felicidade na mão.

Obs: Deixarei esta carta navegando pelos ares, por lugares que pessoas iram ler e farão questão de entregá-la pessoalmente. Você deixará seu legado, o meu legado. Ou melhor o nosso mundo.